quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Gana na final do CAN após jogo da vergonha. Futebol africano ferido de "morte"

        O jogo esteve interrompido durante 40 minutos, depois de confusão na bancadas, com os adeptos da Gana a fugirem para o relvado para se protegerem dos objetos atirados na sua direção.

O Gana está na final do CAN2015. Os "Black Stars" venceram a Guiné Equatorial por 3-0, num jogo que terminou aos 82 minutos. Logo após o 3-0, os adeptos do Gana tiveram de fugir da bancada e invadiram o relvado para se protegerem dos adeptos guineenses. O jogo esteve interrompido durante 40 minutos, até o árbitro Eric Otogo-Castane, do Gabão, dar por terminada a partida. Viveu-se momentos de terror no Estádio de Bata. Um helicóptero sobrevoou as bancadas, tentando acalmar a multidão em fúria, tal como os jogadores da Guiné Equatorial. Tudo em vão. Adeptos do Gana tiveram de ser evacuados.

Confusão à parte, o jogo até foi animado. Teve três golos, muitas oportunidades e um Gana seguro contra uma Guiné Equatorial que passou o jogo todo a pressionar o árbitro, o senhor Eric Otogo-Castane, do Gabão.

Na memória de quem acompanha a prova estava o jogo dos quartos-de-final, em que a Guiné Equatorial venceu a Tunísia por 2-1, após prolongamento. Os guineenses foram bafejados pela "sorte" quando o árbitro das Maurícias, o senhor Rajindraparsad Seechurn, resolveu transformar em penálti uma queda de Ivan na área tunisina aos 90 minutos. Balboa fez o 2-1 no prolongamento, num livre direto, ele que tinha batido o penálti.

Já o Gana não teve muitas dificuldades em derrotar a Guiné Conacri, vencendo por 3-0. Apesar da diferença a nível individual, com vantagem para o Gana, a Guiné Equatorial tentava ainda fazer mais história, já que nunca tinha estado numa meia-final de um CAN. A Nzalang Nacional contava com o apoio do seu fervoroso público para levar de vencida as "Estrelas Negras".

O Gana, sempre melhor em campo, foi criando perigo mas o guarda-redes Ovono ia resolvendo os problemas criados pelos ganeses. Mas aos 42 cometeu um erro ao derrubar Kwessi Appiah na área, após passe de Atsu. Grande penalidade que Jordan Ayew, irmão de André Ayew, converteu com êxito.

Os guineenses ainda tentaram responder até ao intervalo mas descontrolaram-se e foram apanhados desprevenidos. Após canto a favor da Guiné Equatorial, o Gana saiu em contra-ataque de três para dois, conduzido por Atsu. O extremo ex-FC Porto colocou na hora certa em Wakaso Mubarak que recebeu e atirou a contar, aos 45. Um golo que acabou com as aspirações da Nzalang Nacional, único representante dos PALOP em prova, depois da eliminação de Cabo Verde.

Os jogadores do Gana tiveram de ser protegidos pela polícia, com os adeptos guineenses a atirar objetos para a zona de acesso aos balneários.

No segundo tempo houve pouco futebol e muita confusão. Os jogadores da Guiné Equatorial, frustrados, começaram a fazer entradas duras e continuaram na pressão constante sobre o árbitro. O Gana, sem bola, recuava no terreno, cortava os espaços para a sua baliza, roubando espaços para os contra-ataques onde a Guiné Equatorial é muito forte. Sem espaço, os guineenses não conseguiam penetrar na área ganesa.

O Gana ia ameaçando em contra-ataque, com Atsu, Appiah, Wakaso Mubarak e os irmãos Ayew, Jordan e André a darem muito trabalho. Depois de Ovono adiar o golo em vários momentos, o Gana fazer o 3-0 aos 74 minutos. Appiah ganhou a Ovono, meteu na pequena área para o desvio de André Ayew. O jogo acabava aí.

Frustrados por ver a sua equipa a ser goleada, os adeptos da Guiné Equatorial começaram a agredir os do Gana que fugiram para o relvado. O jogo esteve interrompido desde os 82 minutos, foi retomado 40 minutos depois para se jogar... quatro minutos. Já não havia público nas bancadas, para onde foi atirado gás lacrimogêneo pela polícia. Os jornalistas tiveram de abandonar a zona de imprensa e refugiar noutra parte do estádio. A polícia teve de evacuar e conduzir os adeptos do Gana para fora do estádio, garantindo-lhes assim a segurança.

Viveu-se momentos de tensão. Para a memória futura fica mais um episódio lamentável, que mancha e muito o nome do futebol africano. A Guiné Equatorial deverá ser severamente punida. Antes, joga para os terceiro e quarto lugares com a RD Congo no sábado. A final, entre Gana e Costa do Marfim, está marcada para este domingo.

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